terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sem Segurança

Sem cadeia, pequena cidade no oeste da Bahia vive onda de violência

Em Correntina, carceragem está desativada desde 2007.
Moradores relatam casos em que foram abordados por bandidos armados.


Moradores de um município com pouco mais de 30 mil habitantes, na região oeste da Bahia, estão com medo da violência. Em Correntina, os ladrões estão roubando à vontade, a qualquer hora do dia, e não são presos porque a única cadeia da cidade está fechada.
O município fica a cerca de 750 quilômetros de Salvador. Os moradores estão assustados com a onda de assaltos a mão armada. A última vítima foi um comerciante, abordado quando chegava em casa.
“Abri a porta do carro e me virei para pegar um dinheiro, chegou um e me abordou com a arma e disse: fica quieto se não, você morre”, lembra o comerciante Hércules Matos.
O carro em que o comerciante estava é do irmão dele, um veículo blindado. A estrutura é reforçada e os vidros têm a espessura de um dedo. A marca de tiro de uma outra tentativa de roubo está no teto do veículo.
Os casos de violência se multiplicam. “Eu estava vindo da casa do meu pai e saíram dois cidadãos de dentro do mato atirando por trás. Quando eu vi que era assalto, caí, arrebentei a moto todinha. Por pouco, não me acertou um tiro”, conta Heronaldo Matos.
O comércio de Correntina está vigiado 24 horas por dia pelas câmeras de segurança. Só em uma loja, são sete câmeras, além dos alarmes, e mesmo assim, o dono continua com medo dos assaltos acontecerem.
“Já tentaram invadir aqui oito horas da noite, um horário que ainda tem muita gente na rua. Eles estão fazendo isso porque está tendo impunidade’, reclama.
Estrutura policial
Em péssimas condições, prédio da carceragem foi interditado em 2007
Moradores reclamam da falta de estrutura da polícia. Na delegacia, a antiga carceragem foi desativada porque está condenada desde 2007. O delegado não foi autorizado a gravar entrevista. Ele contou que só mantém preso quem comete crime mais graves. Nos outros casos os acusados são liberados, com o consentimento do Ministério Público.
Um homem só ficou preso numa sala improvisada como cela, pois havia o risco de linchamento se fosse solto. A esperança é de que o reforço na segurança chegue logo. “Já pensamos até em nos mudar por causa da falta de segurança que temos hoje”, diz o empresário Arnaldo Pereira.
Providências
A assessoria da Polícia Civil informou que uma comissão formada pela Coordenadoria Regional da Polícia do Interior, Prefeitura, empresários e movimentos sociais de Correntina está discutindo a construção de uma cadeia pública no município com recursos próprios.
Ainda segundo a polícia, a segurança da delegacia de Correntina foi reforçada com novas armas, coletes à prova de bala e uma viatura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário